quarta-feira, 13 de julho de 2011

Apenas um Herói, Daniel Frazão

Apenas um HeróiApenas um herói, do Daniel Frazão, foi a minha primeira leitura deste mês pro Desafio Literário, cujo tema é novos autores. Escolhi o livro porque já o tinha, devido a uma troca no sebo. É o tipo de livro que provavelmente eu nunca iria conhecer se não tivesse que escolher algum livro daquele sebo e o título e a lombada, primeiramente, tivessem me chamado a atenção - não no sentido de serem especiais, mas de serem normais, prometendo um livro ok e fácil de gostar. Por isso, não sabia muito bem o que esperar do livro. Quer dizer, parecia interessante pela sinopse, mas há tantos livros que nos decepcionam, principalmente se não há referências boas de gente confiável… 

Enfim, vamos a história: Plínio Sandoval é um cara comum, mora no Rio de Janeiro e é desempregado. Na verdade, ele é solitário, acha tudo um saco e ainda sonha com sua paixão de adolescente. Um belo dia, ele recebe um telefonema de seu irmão, dizendo que o tio deles morreu e que há a possibilidade de uma herança. Plínio fica eufórico e decide entrar nos eixos, trabalhando, antes de ficar rico. Ele acaba indo parar num necrotério e continua a viver a sua vida infeliz lá, esperando pelo dinheiro do tio morto que ele nem lembrava quem era.

Basicamente, Plínio é um filho-da-puta e sabe muito bem disso. E é até fácil simpatizar com ele nos seus momentos de Holden Caulfield, com suas observações sinceras sobre a humanidade. Porém, ele não deixa de ser um idiota em várias de suas ações. Achei-o bem construído, mas é triste um personagem tão cativante por um lado ser tão besta por outro. Os outros personagens também são interessantes, principalmente Lola, a única verdadeira amiga de Plínio. Apesar de alguns personagens não serem tão desenvolvidos, até porque tudo é visto pelos olhos do protagonista, eles parecem reais.

Sobre a trama em si, posso dizer que, mesmo não acontecendo quase nada no livro inteiro (e não vejo isto como um problema, já que a força dele está no protagonista), muito dos acontecimentos me pareceram irreais. Só acontece tragédia na vida do cara, e tragédias grandes. Até cheguei a pensar se algumas coisas não eram só devaneios de uma cabeça latejante…

A escrita do Daniel Frazão me agradou em muitos momentos, mas em outros pareceu forçada também, principalmente no começo. Tem vários clichês também, porém acho isso verossímil, considerando que o livro é narrado por Plínio.

Para concluir a resenha que ficou incrivelmente grande para meus padrões, não sei se recomendo o livro ou não. Acho que vai do gosto de cada um, se você gosta de romances de personagens infelizes e reais que falam um monte de palavrões, provavelmente você vai gostar do livro. Para mim, valeu a pena ter lido o livro, mas se eu tivesse comprado o livro no seu valor integral e com expectativas mais altas, teria me decepcionado.

Um comentário:

  1. Pareceu-me nonsense...rs Você está certo o valor da leitura é de caráter subjetivo. Gostei muita da resenha.

    Bjs

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