quinta-feira, 13 de fevereiro de 2014

Após o anoitecer, Haruki Murakami

Após o anoitecer

(…) nossos olhos fixam-se numa garota sentada ao lado da janela. Por que ela? Por que não outra pessoa? Não saberíamos responder. Mas o fato é que essa garota — não se sabe por quê — atraiu o nosso olhar, de um modo extremamente espontâneo. Ela está sentada numa mesa para quatro e lê um livro.

                                                                        (Após o anoitecer, pp. 8-9)

Já tinha lido um livro do Murakami antes, Norwegian Wood, e gostado bastante. Então, quando o autor foi o escolhido do mês no Volta ao mundo em 12 livros, pude ler Após o anoitecer.

O livro é sobre duas irmãs, Mari e Eri Asai. Eri está dormindo há dois meses, uma espécie de Bela Adormecida, e Mari sai à noite em Tóquio. O livro se passa em uma madrugada e mostra outros personagens que aparecem pelo caminho de Mari também, como uma prostituta chinesa que foi agredida, uma gerente de motel e um músico jovem colega de Eri.

O livro tem uma narração diferente, como se seguisse uma câmera, mais ou menos como no trecho que eu selecionei. O narrador é em terceira pessoa, para nos colocar dentro da história. Mas aí começam os problemas… Eu achei interessante ter um narrador diferente, mas não entendi exatamente o propósito dele para o livro. E algo na narração deixou os personagens um pouco artificiais, acho que pelo fato de a gente só vê-los muito de fora, além de algo estranho nos próprios diálogos. Não sei se é alguma coisa na tradução ou no próprio jeito do Murakami escrever, mas os diálogos não eram muito críveis, embora interessantes.

Além disso, também não gostei das partes da Eri Asai. Basicamente são uma descrição do quarto, dela dormindo e com algumas coisas meio estranhas no meio do caminho. Achei que teria uma explicação no final, mas não teve, e fiquei me perguntando qual o sentido por trás da história…

Fiquei bem triste de não ter gostado da leitura, porque é chato se decepcionar com um autor que você gostava (e mais chato ainda é continuar querendo ler outros livros dele mesmo depois da decepção)… O lado bom é que eu até entendo quem gostou do livro. Acho que é uma leitura de sensações e que tem muito por trás da suposta simplicidade do enredo. Eu só não consegui me animar para entrar no clima e nem para refletir mais sobre ele.

Avaliação final: 2,5/5

2 comentários:

  1. Uma pena que não gostamos muito do livro... Talvez uma releitura fosse necessária (pelo menos no meu caso). Sabe o que é triste? De todos os livros que li para desafios este ano, não gostei muito de nenhum D:

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    1. Por isso que não estou levando o Volta ao mundo em 12 livros tão a sério... Se eu não estou a fim, não leio. Já participei de desafios demais para saber que a leitura "obrigatória" não funciona bem comigo (e mesmo assim não paro de participar, hehe). Mas no seu caso foi azar mesmo, eu acho...

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