domingo, 23 de março de 2014

As bruxas, Roald Dahl

As bruxas

Ah, se pelo menos houvesse um jeito infalível de perceber se uma mulher é ou não é bruxa! Aí então a gente pegaria todas as bruxas e as passaria pelo moedor de carne. Infelizmente esse jeito não existe. Mas existem alguns pequenos sinais que vocês podem tentar descobrir, pequenos hábitos e gestos que todas as bruxas têm em comum. Se vocês os conhecerem, e não se esquecerem de nenhum, talvez consigam escapar de ser trucidados antes de se tornarem adultos.

                                                                                                               (As bruxas, p. 4)

Eu gostava muito dos livros do Roald Dahl quando menor. Li praticamente todos que tinham em português. Diferente de muita gente, os filmes de Matilda ou de As bruxas não foram tão presentes na minha infância e eu não tenho carinho nenhum por eles. Mas tinha pelos livros. Até que reli Matilda e não achei grande coisa. Então decidi reler As bruxas para ver se eu estava desencantada com toda a obra infantil do Dahl continuo gostando bastante dos contos adultos ou se Matilda, entre as obras mais famosas, era uma exceção.

As bruxas é sobre um menino órfão que mora com a avó, especialista em bruxas. Eles vão passar as férias em um hotel na Inglaterra e acabam trombando com uma reunião de bruxas, que estão fazendo um plano para acabar com todas as crianças. O menino e a avó têm que derrotá-las, mas como fazer isso?

O livro é contado pelo menino e por isso tem uma visão bem infantil do mundo. Ele diz que tomar banho ou ir à escola é chato, por exemplo. Essas opiniões são o que fazem o Roald Dahl ter um diferencial, na minha opinião. As bruxas não é um livro educativo nos modos tradicionais. Claro que ensina alguns valores, mas não tem vergonha em quebrar regras sociais ou em botar alguns adultos como vilões. Isso é legal, mas me incomodou em Matilda, por exemplo, como tudo é sempre muito maniqueísta.

A história de As bruxas é bem simples e divertida e o livro prende a atenção. Não é um livro que me marcaria se eu não tivesse lido antes, e não é o meu favorito do Roald Dahl, mas vale a pena para quem gosta de literatura infanto-juvenil.

Avaliação final: 3,5/5

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