terça-feira, 27 de maio de 2014

O cão dos Baskervilles, Arthur Conan Doyle

O cão dos Baskervilles

— Nada sobre o clube de caça, Watson disse Holmes com um sorriso malicioso , mas trata-se de um médico do campo, como você teve a astúcia de observar. E creio que minhas deduções se confirmam. Quanto aos adjetivos, se não me falha a memória, mencionei afável, pouco ambicioso e distraído. A experiência me diz que somente um homem afável recebe homenagens; só alguém sem muita ambição abandona uma carreira em Londres e vai para o campo; e só um distraído deixaria a bengala, e não o cartão de visitas, depois de aguardar em sua sala por um hora.

                                                                                             (O cão dos Baskervilles, p.5)

Não era a minha intenção ler este livro para o tema dos bichos, mas como Conan Doyle é o autor do mês na Volta ao mundo em 12 livros, O cão dos Baskervilles acabou se encaixando no tema.

Desde que li uns livros da Agatha Christie e não gostei muito, comecei a dizer que preferia Sherlock Holmes e Watson. E de fato prefiro estes personagens aos detetives da autora. Mas os dois últimos livros que li do Sherlock Holmes também não me animaram muito — este e O signo dos quatro.

O cão dos Baskervilles gira em torno da morte de Charles Baskerville. Uma lenda antiga na família dele envolve um cão infernal que atormenta os Baskerville, e perto do corpo de Charles podiam ser vistas pegadas enormes de um cachorro. Sherlock Holmes diz então para Watson investigar o local do crime e fazer companhia ao herdeiro de Charles, Henry, e assim será desvendada a história do cão dos Baskerville.

Eu já tinha visto uma adaptação para o cinema, mas faz tanto tempo que eu não lembrava de quase nada, e não acho que isso tenha estragado a leitura. Isso porque a resolução não é exatamente surpreendente, e provavelmente mesmo se eu nunca tivesse ouvido falar sobre o livro antes eu continuaria achando isso. Só teve uma revelação que eu achei interessante e surpreendente, mais para o começo. E Holmes não demora muito para contar quem é o criminoso, de forma que depois disso, nas cinquenta páginas finais, há pouco suspense.

Então o livro no começo me deixou bem curiosa, mas fui perdendo a curiosidade mais para o final. Sherlock Holmes também ajudou o livro a ficar mais chato, porque apareceu muito pouco. Gosto do Watson, mas a verdade é que ele é um pouco tedioso, assim como a maioria dos personagens secundários, e não se sustenta sem Holmes.

Enfim, não sei se nunca estou no clima para livros policiais mais antigos, porque sou chata demais com eles, ou se só escolhi os errados, mas o fato é que dos últimos que li, só gostei mesmo de A vingança da Cagliostro. Uma pena, porque é um gênero que eu lia bastante quando menor e às vezes tenho vontade de ler mais.

Avaliação final: 2,5/5 

Um comentário:

  1. Acho que esses romances policiais muitas vezes seguem uma fórmula meio repetitiva e/ou previsível, por isso a gente acaba não gostando tanto quanto quando era mais nova.

    Pretendo pegar romances policiais de outros autores, como o Simenon e o Rex Stout, e aí veremos se você vai gostar deles ou não.

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