quinta-feira, 22 de maio de 2014

Todo dia, David Levithan

Todo dia

— É só que, sei que parece um modo horrível de se viver, mas eu já vi muitas coisas. É muito difícil ter uma noção verdadeira do que é a vida quando se está num único corpo. Você fica tão preso a quem você é. Mas quando quem você é muda todos os dias, você fica mais próximo da universalidade. Mesmo dos detalhes mais triviais. (…) Você aprende o verdadeiro valor de um dia, porque todos os dias são diferentes.

                                                                                                               (Todo dia, p. 93)

Todo dia, do David Levithan, é um daqueles livros com premissa de ficção científica mas com o foco no romance adolescente. A sinopse já tinha me interessado, e o fato de ser do David Levithan, um dos autores de Nick & Norah, me fez ficar mais curiosa ainda com o livro.

Em Todo dia, A acorda em um novo corpo a cada dia — sempre no de alguém com a mesma idade e perto de onde o corpo anterior estava. Um dia, ele está no corpo do namorado de Rhiannon, e acaba se apaixonando por ela. A partir daí, ele passa a querer encontrá-la sempre e chega a quebrar suas próprias regras a respeito da vida das pessoas dos corpos em que ele vive.

É interessante ver quem A vai ser a cada dia, e o que ele vai fazer com a pessoa — se será um dia normal para ela ou não. A vive uma diversidade de personagens — drogados, transexuais, deprimidos, obesos —, e é bom ver um dia da realidade deles. Também é interessante o fato de A não ter sexo, porque põe em discussão o quanto o gênero é determinado socialmente. Se você não tem corpo, e vive a vida de pessoas dos dois sexos, você precisa ter um gênero determinado?

Porém, por mais que essa parte tenha me interessado, o romance não me agradou muito. A e Rhiannon são entediantes e um tanto genéricos — um pouco como Josh e Emma de O futuro de nós dois. Então, assim como no livro de Jay Asher e Carolyn Mackler, achei a premissa melhor do que a execução.

O livro é envolvente, mas não muito marcante. Sinto saudades de me envolver com os personagens ou de terminar um livro triste por ter acabado e feliz por ter lido algo tão legal — como na leitura de Fangirl e de A idade dos milagres. Ainda quero ler outros livros do David Levithan, mas agora irei com expectativas mais baixas.

Avaliação final: 3,5/5

Nenhum comentário:

Postar um comentário