segunda-feira, 2 de junho de 2014

Insurgente, Veronica Roth

Insurgente

— Mas se lembre de que, às vezes, as pessoas que você oprime tornam-se mais poderosas do que você gostaria.

Atenção: Esse post contém spoilers do primeiro livro!

Li Divergente há pouco tempo. Não queria esquecer toda a história e ter que reler o primeiro livro antes de ler a continuação, então quando me vi sem saber o que ler, escolhi ler logo Insurgente. Além do fato da minha irmã ter lido a série toda e eu queria poder ler e comentar — criticar, cof cof — com alguém.

A história continua com Tris, Quatro e sua gangue de amiguinhos —ou pais abusivos ou rivais — indo para a sede da Amizade, fugindo da malvada Jeanine. Aí eles acabam não aguentando o clima paz e amor da Amizade e conhecem os sem-facção, que, para a surpresa da alienada Tris, são muito unidos e têm opiniões e planos próprios. Depois, eles acabam percorrendo a cidade toda, conhecendo novas pessoas e não fazendo nada de muito útil — leia-se: Tris e Quatro brigam, Tris e Quatro fazem as pazes, Tris mente para todos e se arrepende depois… Até que o final, seguindo a lógica de quase todo livro de série, tem uma grande aventura para juntar tudo o que foi apresentado antes. Essa pelo menos fez sentido e não foi corrida, diferente da do primeiro volume, e é a única parte da história que me deu vontade de ler sem parar.

Ou seja, a principal qualidade do primeiro livro, a diversão, não está muito presente no segundo livro. Para não falar tão mal assim, não é que seja um completo tédio, se não eu não teria lido em quatro dias, mas não é a mais envolvente das leituras, e quando se tem muitas críticas sobre o livro, isso é bem ruim.

O livro explica melhor algumas coisas pouco desenvolvidas no primeiro volume, como o modelo de facções, como cada uma pensa, ou as simulações, que me pareceram tão estranhas no final do primeiro livro. Mas para ser honesta continuo achando as simulações meio estranhas e o modo de agir da Erudição um pouco incoerente. Eles ficam muito tempo sem fazer nada e poderiam ter sido bem mais inteligentes no plano deles…

De qualquer jeito, minha maior crítica ao livro não é ao enredo ou ao mundo criado pela autora. É aos personagens. Tris se lamenta por ter matado Will e toda hora fica usando metáforas bobas sobre tristeza. Blablablá, o monstro da tristeza quer me matar, mimimi. Não acho incoerente com a personalidade dela ter ficado traumatizada, mas podia ser menos exagerado. Sem considerar que ela está muito mais egoísta nesse livro. Ela pode ficar traumatizada, mas os outros têm que gostar dela logo em seguida e foda-se se eles também estão mal, né? Eu ainda não consigo entender como ela tem traços de Erudição ou de Abnegação — e nem como as pessoas querem ser amigas dela. Se ela é da Abnegação, então as pessoas de outras facções deveriam ser muito mais egoístas que ela, e não me parece que seja assim. A maioria dos personagens secundários é bem mais legal que ela e menos egoísta também.

Se Tris é chata, Quatro é ainda pior. Ele fica toda hora brigando com a Tris no estilo você-não-confia-em-mim, mas adivinha? Ele não confia nela também! Ele não é o mesmo Quatro misterioso e sensato do primeiro livro. E as cenas melosas são tão chatas… Por mim, eles deveriam terminar logo na primeira briga.

Enfim, vi muita gente falando que Insurgente é melhor que Divergente, mas eu achei bem pior. Continuo querendo ler Convergente, mas estou com as expectativas lá embaixo — especialmente porque sei um spoiler então parte do suspense vai perder a graça. Se você gostou médio de Divergente, não morreu de amores pela Tris e está em dúvida se lê ou não Insurgente, eu não recomendaria a continuação da série.

Avaliação final: 2/5

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