quarta-feira, 17 de fevereiro de 2016

Eles eram muitos cavalos, Luiz Ruffato

Na esquina com a rua Estados Unidos, o tráfego da avenida Rebouças estancou de vez. Henrique afrouxou a gravata, aumentou o volume do toca-cedê, Betty Carter ocupou todas as frinchas do Honda Civic estalando de novo, janelas cerradas, cidadela irresgatável, lá fora o mundo, calor, poluição, tensão, corre-corre.
Estou cursando uma matéria sobre literatura brasileira contemporânea e Eles eram muitos cavalos é uma das futuras leituras. Decidida a adiantar algum livro, comecei, obviamente, lendo o mais curto, porque se não começasse pelo mais fácil não seria eu.

No entanto, eu não definiria como "fácil" o livro do Luiz Ruffato. Ele é separado em setenta episódios que se passam todos no mesmo dia na cidade de São Paulo e vão desde narrativas mais tradicionais a textos de jornais. São variados também os tipos de personagens e os locais retratados.

A ideia de Eles eram muitos cavalos é inteligente, (pós-?)moderna, contemporânea. É um livro interessante, mas não posso dizer que adorei, porque achei muitos fragmentos chatos. Muitos terminam no meio, ou são aquele tipo de prosa poética que precisa de muita imaginação para funcionar. Não sou intelectual o suficiente para apreciar tudo, embora tenha vários episódios que me agradaram bastante.

Estou bem curiosa para saber o que os acadêmicos pensam do livro, tão elogiado pela crítica mas nem tanto pelos leitores. Termino com a minha resenha favorita dele, de um gênio do Skoob que resumiu o sentimento de muita gente em tão poucas palavras:



Avaliação final: 3/5

2 comentários:

  1. Também achei alguns dos fragmentos chatos, mas gostei bastante de alguns outros.
    Essa resenha do Skoob é maravilhosa <3

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    1. Mesmo quando eu gostei não tive aquele sentimento de "quero continuar lendo esse livro", sabe? Esqueci de falar isso na resenha, demorei demais para ler algo tão curto.

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